Dr. Leandro Machado Ribas
Quem sou eu
Sou o Dr. Leandro Machado Ribas, médico desde 2005, graduado pela Faculdade Evangélica do Paraná e especialista em neurologia e neurorradiologia intervencionista.
Atualmente, dedico-me à neurologia geral com ênfase em transtornos do neurodesenvolvimento (TDAH - transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e TEA - transtorno do espectro autista) e a neurorradiologia intervencionista / neurovascular.
Sou preceptor e atuo ativamente na formação teórica e prática dos residentes de neurologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie de Curitiba e dos fellows de neurorradiologia intervencionista do Hospital Universitário Cajuru.
Minha experiência
Tenho me dedicado nos últimos anos, quase que exclusivamente em meu consultório, ao estudo dos transtornos do neurodesenvolvimento (TDAH - transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e TEA - transtorno do espectro autista). Tenho vasta experiência no diagnóstico (com elaboração de laudos) e tratamento dessas patologias.
Meu objetivo
Meu objetivo é realizar o diagnóstico definitivo (com fornecimento de laudo médico), esclarecer sobre o que é a doença e prescrever o tratamento medicamentoso e não medicamentoso, além de prestar suporte a longo prazo.
O diagnóstico
Muitos pacientes me procuram para diagnóstico de TDAH na idade adulta. Esse diagnóstico "oficial" só pode ser dado por médico (normalmente neurologista ou psiquiatra). Apesar de a avaliação neuropsicológica ser de grande valia como ferramenta auxiliar no diagnóstico, o seu diagnóstico sempre precisa ser validado por um profissional médico experiente.
Na maior parte das vezes, é possível fazer diagnóstico em uma ou poucas consultas, contudo há casos de exceção.
TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
Os transtornos do neurodesenvolvimento
Os transtornos do neurodesenvolvimento são condições que se iniciam durante o período de desenvolvimento, com sintomas que geralmente se manifestam precocemente, frequentemente antes da entrada na escola.
Esses transtornos são caracterizados por déficits no desenvolvimento que afetam negativamente o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits podem variar desde dificuldades específicas na aprendizagem ou na execução de funções executivas até prejuízos mais amplos nas habilidades sociais ou cognitivas. Entre eles, estão:
• TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade)
• TEA (transtorno do espectro autista)
• Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual)
• Transtornos da comunicação (transtorno da linguagem, o transtorno da fala, transtorno da comunicação social - pragmática e o transtorno da fluência -(gagueira)
• Transtornos motores do neurodesenvolvimento
• Transtorno específico da aprendizagem (leitura, escrita e/ ou matemática)
Critérios Diagnósticos
Houve uma verdadeira revolução nos diagnóstico dos transtornos do neurodesenvolvimento com a publicação do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 5ª Edição). Esse manual cunhou novos termos, fez adaptações de conceitos antigos e elaborou critérios diagnósticos mais objetivos.
Para diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e / ou hiperatividade são necessários:
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado por (1) e/ou (2):
1. Desatenção:
Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários.
a. Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades (p. ex., negligência ou deixa
passar detalhes, o trabalho é impreciso).
b. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p.
ex., dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas ou leituras prolongadas).
c. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (p.
ex., parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia).
d. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo).
e. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade
em gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em
ordem; trabalho desorganizado e desleixado; mau gerenciamento do tempo; dificuldade
em cumprir prazos).
f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (p. ex., trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos).
g. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais
escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular).
h. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais
velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados).
i. Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas,
obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas,
manter horários agendados).
2. Hiperatividade e impulsividade:
Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais: Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários.
a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.
b. Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho
ou em outras situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar).
c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado.
(Nota: Em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude.)
d. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
e. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não
consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar).
f. Frequentemente fala demais.
g. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída
(p. ex., termina frases dos outros, não consegue aguardar a vez de falar).
h. Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., aguardar em uma fila).
i. Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas conversas, jogos ou
atividades; pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre
o que outros estão fazendo).
B. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade.
C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes em dois ou mais ambientes (p. ex., em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou parentes; em outras atividades).
D. Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem sua qualidade.
E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno do humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da personalidade, intoxicação ou abstinência de substância).
Subtipos
- Apresentação combinada: se tanto o critério A1 (desatenção) quanto o critério A2 (hiperatividade-impulsividade) são preenchidos nos últimos 6 meses.
- Apresentação predominantemente desatenta: se o critério A1 (desatenção) é preenchido, mas o Critério A2 (hiperatividade-impulsividade) não é preenchido nos últimos 6 meses.
- Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva: se o critério A2 (hiperatividade-impulsividade) é preenchido, mas o critério A1 (desatenção) não é preenchido nos últimos 6 meses.
Gravidade
- Leve: poucos sintomas além dos necessários para fazer o diagnóstico. Os sintomas resultam em não mais do que pequenos prejuízos no funcionamento social ou profissional.
- Moderada: sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão presentes.
- Grave: muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, vários sintomas particularmente graves ou sintomas que resultam em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional.
Tratamento
O tratamento do TDAH no adulto se baseia em intervenções psicossociais (com mudança do ambiente físico e social e com a modulação do comportamento), psicoterapia (normalmente focada no TDAH e no comportamento) e terapia medicamentosa.
O tratamento de primeira escolha (medicamentos com mais eficácia em mitigar os sintomas do TDAH) é realizado com estimulantes: um medicamento não anfetamínico, porém estruturalmente relacionado e um medicamento anfetamínico.
Apesar de poucas diferenças na eficácia e não existir forte consideração nos guidelines atuais que favoreça um deles como primeira escolha, o medicamento anfetamínico disponível no Brasil apresenta maior duração, possível discreta melhor eficácia a longo prazo, um pouco menos efeitos colaterais, porém um custo mais elevado.
A desvantagem da curta duração do medicamento não anfetamínico pode ser remediada com os medicamentos de dupla liberação (liberação prolongada). Entre os principais efeitos colaterais dos estimulantes, estão a diminuição do apetite, náusea, suor, taquicardia, hipertensão, ansiedade e tontura. São medicamentos altamente controlados (receita A - amarela) com alto potencial de dependência, tolerância e abuso.
Na impossibilidade da utilização de medicamentos estimulantes, recorremos ao uso dos não estimulantes (que na sua maioria são da classe de antidepressivos. Apesar de ter menos efeitos colaterais e baixa chance de tolerância, dependência e abuso, o seu efeito em relação a eficácia parece ser inferior aos medicamentos estimulantes.